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REDRUM






Eles caminhavam entre os outros como sombras à luz do dia, portadores de um conhecimento que não haviam pedido, mas que os escolhera. Os iluminados não eram muitos, e entre eles havia uma compreensão silenciosa de que o fardo que carregavam os separava do restante da humanidade. Enquanto os outros viam o mundo em sua simplicidade linear, eles enxergavam camadas sobrepostas, fios invisíveis que uniam passado, presente e futuro em uma tapeçaria desconcertante e infinita. Havia um peso constante em sua existência. Eles sabiam o que os outros não podiam sequer imaginar: o tecido da realidade era permeável, e as forças que agiam por trás das aparências eram implacáveis. Cada visão que lhes era concedida trazia um dilema. 

Era possível interferir? Deveriam? Afinal, o que era um iluminado senão um observador que, muitas vezes, não podia impedir o que via?