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𝙰͡𝙲͜𝚃 𝙸𝙸𝙸: 𝒞orpus 𝔓rofɑnum

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Há uma ferida aberta no centro do meu ser, um rasgo profundo onde a pureza foi arrancada e o desejo tomou seu lugar. Agora, minha carne se tornou o altar profano onde as sombras dançam, e o toque que antes me prometia salvação agora carrega a marca do pecado. Sinto o peso da brutalidade em meus ossos, o peso da carne que se move não mais com inocência, mas com a crueza do desejo. O corpo que um dia foi sagrado agora se dissolve na escuridão, e não há mais promessas de redenção que possam lavar o sangue que escorre das minhas mãos. Este é o meu batismo no profano, onde a santidade se dissolve e o pecado se torna minha nova pele.

Há uma estranha liberdade no abandono, no ato de se despir de toda pretensão de pureza. Cada ato, cada gesto, é uma rejeição das correntes que me prenderam à inocência. O pecado, com sua brutalidade silenciosa, não é mais uma sombra que temo, mas um amante com quem danço em silêncio. A luz foi expulsa, e agora a carne, em toda sua fragilidade e imperfeição, é tudo o que resta. Sinto uma nova força crescendo em mim, uma força que vem do ato de destruir o que eu fui, e abraçar o que estou me tornando — uma mulher marcada, não mais virgem, não mais santa, mas finalmente livre para existir nas sombras que antes evitava.