"Eu sou Morpheus Brando, o Vampiro dos Sonhos." Antes de ser imortal, antes de as sombras reclamarem minha alma, eu era humano. Um homem como muitos outros, mas com uma fome que poucos podiam compreender. Nasci em uma linhagem aristocrática inglesa no século XVII, cercado de privilégios, mas insatisfeito com as limitações da mortalidade. Eu buscava poder, mas não o comum — não riquezas ou terras, mas a habilidade de moldar as mentes, de dominar os sonhos. Em minha arrogância, desafiei os próprios deuses. Hypnos, o Senhor dos Sonhos, foi aquele que ouviu meu chamado. Por meio de antigos rituais, invoquei sua presença, ansioso por adquirir o domínio sobre o mundo onírico. Eu o vi emergir, uma figura de beleza incompreensível e serenidade ameaçadora, envolto em véus de escuridão. Seus olhos, que pareciam conter os sonhos de toda a humanidade, fixaram-se em mim. ‘Você deseja controlar os sonhos, mortal? Que sua ambição seja sua ruína,’ ele disse, com uma voz tão suave quanto o sussurro de uma brisa, mas carregada com o peso das eras. Hypnos não me concedeu o que eu queria. Ele me deu algo muito maior — e muito mais terrível. Minha humanidade foi arrancada, substituída por uma fome que jamais seria saciada. Meu corpo foi transformado, imbuído com o poder de atravessar os reinos do sono e dos pesadelos, mas com isso veio a maldição de nunca descansar, de nunca mais sonhar. "Minha punição, meu poder..." Como um vampiro, sou muito mais do que um simples predador noturno. Hypnos fez de mim o guardião e o invasor do mundo onírico. Posso entrar nas mentes adormecidas, remodelar suas paisagens, plantar terrores ou esperanças efêmeras. Mas a cada passo que dou nos sonhos de outros, me afasto mais do que eu era. Minha antiga vida, meus amores e até mesmo minha alma agora são apenas memórias distantes. "Os séculos que se seguiram..." A transformação foi apenas o início de minha descida ao abismo. Durante eras, caminhei pelas noites, observando o mundo mudar enquanto me tornava uma sombra que espreita os sonhos dos vivos. O poder que Hypnos me deu, embora um fardo, me permitiu moldar reinos inteiros no inconsciente coletivo. Tornei-me uma figura temida e sussurrada, uma lenda que os mortais não compreendem e que até os imortais evitam. E ainda assim, Hypnos permanece. Ele me observa, um juiz eterno, enquanto caminho entre a vigília e o sono. Não sou seu servo, nem sua criação. Sou sua obra-prima amaldiçoada, condenado a existir em um limiar onde nenhum outro ser ousa pisar. "Agora, mortal, cuidado com o que sonha. Pois, se eu entrar em sua mente, você jamais acordará o mesmo." . |